A PADROEIRA DA MADEIRA: NOSSA SENHORA DO MONTE

Nossa Senhora do Monte é a padroeira principal da diocese e secundária da cidade do Funchal e principal da paróquia de N. S.a do Monte. A romaria de Nossa Senhora do Monte é celebrada a 15 de agosto, dia litúrgico da Assunção da Virgem Maria ao Céu. No entanto, a Festa em Honra do Patrocínio de Nossa Senhora do Monte, instituída após a aluvião de outubro de 1803, celebra-se a 9 de outubro.

A devoção a Nossa Senhora do Monte é originariamente madeirense e remonta aos tempos do povoamento. Não é importada de qualquer recanto de Portugal nem de país algum estrangeiro que tenha exportado nobres ou plebeus para trabalhar as férteis terras da Madeira.

A Romaria mais concorrida é a do culto de Nossa Senhora do Monte, que celebra-se a 15 de agosto e tem origem na lenda que refere a aparição de uma Menina, Nossa Senhora, a uma pastorinha, no sítio do Terreiro da Luta, localizado a cerca de 1 quilómetro acima da atual igreja. Desde então foi instituída toda uma devoção, alimentada por diversos
milagres, estendendo-se o culto por toda a ilha.

O culto a Nossa Senhora do Monte parece vir desde tempos imemoriais, quando Adão Gonçalves Ferreira mandou construir a primitiva ermida de Nossa Senhora da Incarnação, tendo ali nascido, em 1470, o culto mariano em honra e louvor àquela que depois teria o título de Nossa Senhora do Monte. Este culto foi reforçado com a criação da “Confraria dos Escravos de Nossa Senhora do Monte” e espalhou-se por toda a ilha e pelas comunidades de madeirenses emigrados.

De entre todas as romarias esta é uma das mais concorridas por ser a da Padroeira dos madeirenses, sendo muitas vezes invocada em casos de “aflições”. O povo madeirense considera Nossa Senhora do Monte sua protetora e a ela atribui a sua salvação aquando de muitas calamidades como aluviões, naufrágios, fomes e doenças, sendo disso testemunho muitos documentos escritos. O maior motivo de atração desta Festa são as inúmeras promessas em cera, dinheiro e penitências públicas, que todos os anos são cumpridas no seu santuário.

As velas e círios, símbolos de fé e objetos das promessas dos romeiros, são feitas de cera e possuem vários formatos. É comum retratarem-se partes do corpo humano ou utilizar- se uma vara de cera da mesma altura do peregrino.

O culto sob a invocação da Senhora do Monte expandiu-se e generalizou-se por toda a ilha, passando depois a muitos outros locais do mundo, onde se encontram emigrantes
madeirenses.

NOSSA SENHORA DO MONTE NO ALTAR DO PAPA

Papa João Paulo II na missa no estádio dos Barreiros em 12 de Maio de 1991, perante o nicho de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Diocese do Funchal

A veneranda e histórica imagem de Nossa Senhora do Monte, que se venera no altar da Sua igreja paroquial, e que é também, desde o século XIX, padroeira da Madeira, foi na manhã do domingo, 12 de Maio de 1991, retirada do seu Altar na igreja paroquial e levada num nicho prateado para o estádio dos Barreiros, freguesia de S. Martinho-Funchal. Perante a imagem da Senhora do Monte, num altar improvisado e artisticamente construído, o papa João Paulo II, na sua visita histórica celebrou a Missa.

A missa presidida por João Paulo II começou pelas 11h40 e foi concelebrada pelo bispo do Funchal D. Teodoro de Faria, por cerca de 100 sacerdotes, 3 cardeais, 8 bispos e inúmeros fiéis. No final da missa o papa Francisco afirmou: “O nosso pensamento eleva-se para a Virgem Maria, porque a Ela, desde os tempos mais remotos, foram confiados os filhos e filhas da Diocese do Funchal. Mas é particularmente na Senhora do Monte que lá do alto vigia e acolhe o coração dos Madeirenses”.